
Acesso Livre
13/09/2023
CIRCULAR TÉCNICA (CT)
A produção de microrganismos no sistema On farm apresenta desafios e oportunidades. A bactéria Chromobacterium subtsugae foi isolada em 2000 por pesquisadores do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos do solo de uma floresta em Maryland-EUA como uma nova espécie de bactéria do gênero Chromobacterium. É uma espécie gram-negativa, facultativamente aeróbica, móvel, com flagelos polares, que produz a violaceína, um metabólito que confere às suas colônias uma típica coloração violeta. As primeiras colônias podem ser observadas após 2-3 dias em meio específico, com pH entre 6 e 8, incubado a 25-30 °C, podendo ser inicialmente de cor creme, tornando-se gradualmente violeta claro a escuro entre 72 e 96 horas de incubação.
A bactéria C. subtsugae possui atividade inseticida contra diferentes espécies de insetos como, por exemplo, o percevejo-verde da soja, Nezara viridula, (Hemiptera: Pentatomidae) e vaquinhas, Diabrotica spp. (Coleoptera: Crysomelidae). A atividade de amplo espectro de C. subtsugae está relacionada a múltiplos modos de ação envolvendo diferentes compostos que contribuem para sua ação inseticida.
No Brasil ainda não existem inseticidas microbiológicos comerciais registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que contenham a bactéria C. subtsugae em sua composição. No entanto, há inúmeros relatos de produtores que apostam na multiplicação do microrganismo no interior de fazendas, no denominado sistema On farm de produção de bioinsumos, visando ao manejo biológico de pragas agrícolas. O interesse pela produção On farm cresceu significativamente após o lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos instituído pelo Decreto Nº 10.375, em maio de 2020, pelo Mapa.
Desta forma, em 2020, foi iniciado no Instituto Goiano de Agricultura (IGA) o Projeto Biofábricas, da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), visando à validação da multiplicação On farm de bactérias benéficas, como a C. subtsugae, no IGA e sua aplicação em diferentes propriedades produtoras de algodão. Portanto, o objetivo deste trabalho foi validar a eficácia do processo de multiplicação On farm de C. subtsugae em Biofábrica do IGA e em propriedades parceiras do Projeto Biofábricas.